sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

LITERATURA DE CORDEL - João Cacetão "Cabra macho sim sinhô"

João Cacetão “Cabra macho sim sinhô”
Autor: Agnaldo dos Santos Silva
 


Sergipe ficou famoso
Na cena internacional
Tem um rico patrimônio
Sócio, artístico e cultural
Legado que orgulhamos
Tratá-lo nesse edital

Preste atenção leitores
Leia o texto com atenção
Vou falar da vida alheia
Mas é com boa intenção
Versejarei sobre a vida
Do grande João Cacetão

O nome é bem sugestivo
Mas em breve explicarei
O porquê da nomenclatura
Que na pesquisa encontrei
Vou tratar de outro assunto
Seguramente voltarei.

Álvaro Vieira Nunes
Conhecido por “Zazinho”
Pôs no mundo uma criança
Que foi feita com carinho
Ao lado de Dona Pureza
Num quarto bem escurinho

Mais oito irmãos que vieram
Tonho Grande e Nerita
Amália, Ieé, Jurandir
Tem Francisco, Jinolita
Zé Palhoça faz sucesso
Como capa de revista

Natural de Marimbondo
Terra do Mestre Sabal
Foi morar em Aracaju
Mas nada de cabedal
Em Pirambu veio o patrimônio
E a herança familiar

João Vieira Nunes
É o nome do rebento
Teve seis filhotinhos
Um no primeiro casamento
Pois se casou duas vezes
O homem não perdeu tempo

Das crias que pôs no mundo
Ganhou dezenove netos
O povo não perdeu tempo
Lhe deram oito bisnetos
É gente que enfrenta inté
Um bocado de exércitos

Cabra macho sim sinhô
Trabalhou de carpinteiro
Tinha uma casa de comércio
Fez serviço de pedreiro
Pilotava bem um fogão
Na profissão de cozinheiro

Seu forte lá no comércio
Era a tal misturada
De cachaça e outras ervas
Para curar a “coisa” malvada
Quem tomava uma bicada
Tão cedo não arredava

No “Cantinho do Sossego”
Vendia-se de tudo um pouco
Carne, feijão e farinha
Salame, chouriço de porco
Tudo certo sem confusão
Passando certinho o troco!

Também era pescador
De covo à ratoeira
Gostava de tudo assado
Um exigente de primeira
Só comia tudo quente
- Traz Liliane, a chaleira!!!

Entre seus bons gostos
Estava nele estampado
O de um rabo de saia
Embora fosse casado
Pergunte a Dona Celuta
Que ela lhe deixa informado

Dançar forró em Tonhão
Estava já habituado
Ungia no mês de São João
Lhe deixava sempre suado
Chegança e a Ciganinha
E também foi boi de reisado

Seu João talvez sem querer
Lançou os óculos raibam
Coisa que ninguém nunca viu
No tempo ele era o galã
Dava show na garotada
Um tremendo bam, bam, bam

O nobre João Cacetão
Era muito vaidoso
Usava calça social
Andava sempre cheiroso
Maleta de executivo
Se sentia o todo gostoso

Em casa com a família
Sempre seguiu seu caminho
Bermuda e cinto largo
Camisa de pano branquinho
Arregaçada pra dentro
Pitando seu cachimbinho

Pense que ele num gostava
Da danada tanguinha
Brinquinho e tatuagem
Isso é só pra malandrinha
Mulher que usava lycra
Ele chamava de putinha

Por mulher e futebol
Confusão ele arrumava
Pra o time do Guarany
Seu coração palpitava
Quem ousasse falar mal
O cerco ali se fechava

E falando em confusão
O apelido já citado
De seu João Cacetão
Não fora bem explicado
Tracejarei sobre o tema
Para deixá-lo informado
O fato é que Seu João
Tinha atrás do balcão
Um cacete de bem trabalhado
Para coçar os costão
Daqueles bebum enjuado
Que arranjasse confusão

Como disse não tem malícia
No apelido do rapaz
Era só uma defesa
Embora queria a paz
É tanto que na cidade
O homem tinha cartaz

Continuando essa prosa
Era católico de batismo
Mas curtia um candomblé
Um pouco de sincretismo
Pois tudo que praticamos
Responderemos em juízo

Uma última informação
Essa ficará na lembrança
Seu João
Era muito caridoso
Tinha um coração de criança
Comprava milho pro estoque
Mas doava para vizinhança

Ele fazia uma fogueira
Que queimava um mês inteiro
Comprava o estoque de milho
Mas não via nenhum dinheiro
Convidava a vizinhança
Pra comer tudo ligeiro

Queeo lembrar que esses versos
Irão sofrer adequações
Falaremos de outros fatos
Sonhos e recordações
Atenciosamente agradfeço
Sua valiosa atenção.

Agradecimentos Especial: À família Vieira Nunes

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